Oi

Nossa música é alegre e embalante

Me lembra as noites em que dançávamos

seja em casa ou fora

Fui um pouco sua professora de dança

Mas você me ensinou a dançar também

Juntos criamos uma forma única

um jeito singular que só conseguia com você

Mas a última vez que dançamos

não estávamos no mesmo compasso

A letra da nossa música

como uma previsão apocalíptica

nos pegou sem percebermos

e protagonizamos a história prevista por ela

só o cenário mudou, méritos da tecnologia

Vivenciamos o que nela o poeta canta

conscientes ou não

Não importa!

De qualquer forma, a primeira estrofe

já não é mais nosso hino

Mas os dois primeiros versos…

declaração inconsciente perversa!

E o que fica é a lembrança inegável um do outro

ao ouvir aquela música que costumávamos chamar de “nossa”

aquela, que fazia nossos olhares se buscarem de súbito

e um sorriso tímido nascia em nossos olhos e bocas

e mesmo quando disfarçava, eu podia sentir sua vibração

Dependendo do lugar, seria crime não dançar

em especial, aquela noite que a dançamos engenhosamente

e invadimos o salão com maestria (cena digna de uma curta-metragem)

O que fica é a saudade (mesmo que tímida, como uma lembrança vaga e intrusa)

ao sermos pegos de surpresa quando num ambiente qualquer

nos deparamos com ela a tocar

não só aquela, mas muitas outras músicas, e você sabe...

O que fica, inquestionavelmente, é a saudade de dançarmos juntos...

(Jhow)

Joalice Dias Amorim (Jô)
Enviado por Joalice Dias Amorim (Jô) em 17/09/2018
Reeditado em 12/10/2018
Código do texto: T6451827
Classificação de conteúdo: seguro