Noites de Chuvas

Olho pra outrora
E volto à minha infância
Tempos difíceis com certeza
Mas época saudosa e calorosa

Algo que vejo 
Que quanto mais atribulados somos 
Mais a união se faz presente
E nos tornamos vencedores

O barraco de três comôdos
Velho e desbotado
Piso de cimento grosso
Teto de telha

Época de muita carência
Faltava o pão
Faltava o agasalho
Mas não faltava o amor

Lembro da nossa cama de sapé
Éramos três irmãos
Que dormiam na mesma cama
Pouco conforto, muito calor humano

Nas noites chuvosas
Como eu me deliciava
Ouvindo a chuva que batia no telhado
Do orvalho que caia em minha face

Do corisco que batia na parede
O barulho das goteiras
O frescor da chuva que inundava o ambiente
As águas caindo no quintal

A beleza da vida não consiste
No luxo e na ostentação
Mas da sensibilidade de observar o prazer
Na simplicidade das coisas

Quando eu era menino
Sonhava incessantemente com a felicidade
E jamais tinha me tocado
Que eu era feliz e não sabia.

Obs: Reedição de um dos meus textos prediletos.
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 20/04/2018
Reeditado em 13/08/2019
Código do texto: T6313980
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