Você foi a roupa que cobria minha alma

Faz trinta e oito anos que estamos separados

E a dor de uma ausência que nunca pude entender

Sabe, Juliano, uma falta que não há palavras

Cujas palavras hoje não podem descrever

Eu daria tudo para voltar aos nove meses

Eu daria tudo para trocar contigo a minha vida

Ah! Como eu te desejo a cada manhã

E como eu o protegeria, curando suas feridas

Quantas vezes brinquei sozinho numa sala enorme

Quantas e quantas vezes tive mais que um carrinho

Tantas foram as vezes que dividi com amiguinhos

Mas nunca, nunca pude te dar meu carinho

Eu sinto falta quando pego um violão

Quando ouço irmãos cantando canções em parceria

Daria tudo hoje por teu sorriso

Contudo, agora alimentas minha poesia

Não dividimos as canetas

Não dividimos as folhas de um caderno

Mas em cada verso de minha autoria

Juliano, tu serás sempre eterno

Eu te amo, meu irmão

Sinto tantas saudades tua

Você foi a roupa que cobria minha alma

Que em sua ausência se fez tão nua

Morri quando morrestes

E na sepultura em que deitara

Metade de mim sepultastes

Eis o que de mim restara

Ah, meu irmão,

Quantas vezes contigo desejei dividir um prêmio

Mas o maior troféu desse mundo

Carrego a cada segundo, você meu irmão gêmeo....

FidelisF
Enviado por FidelisF em 23/08/2017
Código do texto: T6092290
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