Neblina
A cada acorde
onde dói a mesma nota
eu me invento
Crio num tempo sem ordem
uma melodia inexistente
Etérea como um poema adjetivo
Triste e difuso
como a neblina
onde o vulto da cidade
embaralha miragens infantis
Pintura de rostos
fumaça nas bocas
da capital gelada
Um adeus
e várias saudades
cabem dentro
do bolo de parabéns