Aparatação

Para onde vou , levo-o comigo.

Sou nascente, às vezes poente,

mas sol;

faz parte de mim.

Aqui de longe,

quando o silêncio se instaura,

consigo abrir a janela da memória,

e avisto a paisagem que é familiar.

Meu aguçado olfato

capta o eflúvio praiano.

Sinto a maresia que o vento leva ,

recordo-me do odor de minha infância.

Ouço o som do canto das ondas,

Propagado enquanto dançam:

migração de busca pelo calor,

que encontram ao abraçar a praia.

Então minha derme repousa,

em relaxante rede de algodão.

Assim resgato o que em mim é essencial,

no quintal de onde é minha casa.

John Canere
Enviado por John Canere em 14/10/2016
Reeditado em 07/05/2021
Código do texto: T5791246
Classificação de conteúdo: seguro