Alma do Macauense

À noite, arrebate-me as lembranças de meus amigos,

Que como eu frequentava a minha Macau,

Nos anos idos que morei e enterrei

A minha alma nesta terra,

Voltando a bordo da nave dos sonhos,

Transporto-me para lá.

Com lágrimas nos olhos

Me pego olhando o Rio Piranhas,

Deixo-me que as narinas

Sejam dominadas pela aurora

Do ar da puberdade,

Que paira, reverbera e revitaliza,

A Rua Gameleira, Rua do Poço, Marechal Deodoro,

Que foi o meu território.

Subo a rampa da empresa Matarazzo

E estaco um momento na entrada

De uma velha barcaça

Onde brincávamos quando criança,

Fecho os olhos e vejo todos sorrindo,

Rindo, rindo das travessuras da infância.

O velho mercado onde se vendia de tudo,

As riquezas dos sindicatos,

As retretas nas tardes de domingos,

Os cinemas “Dois irmãos” e “São Luiz”

Os carnavais do Lions Club,

Futebol onde tínhamos o ABC,

América, Flamengo de Dona Pretinha,

Campeonato de Blocos,

A Rua de Lazer, Os Diplomatas,

A velha Praça da Conceição

Onde conversávamos de tudo e de todos,

O ASPUMA... Que saudade.

Enfim éramos felizes na terra das salinas.

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 01/09/2016
Código do texto: T5747118
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