SOZINHA
Vejo-te na réstia da Hortência,
Na leve influência do ar,
Na poética transcendência,
Na lua que desliza sobre o mar.
Vejo-te na cortina da cachoeira,
No voejo vespertino da andorinha,
Na semente lançada sobre a leira.
Vejo-te na projeção da hipotenusa,
Na intensidade, na vontade difusa.
Mas, não estais aqui; vejo-me sozinha.
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LAMENTO
Faz tempo caminho, assim, sozinha,
procurando encontrar um cais seguro,
a tristeza que carrego é só minha,
tenho medo de perder-me neste escuro.
Vê se escuta esta triste ladainha,
oração em que imploro o teu perdão,
a noite desce, logo se avizinha.
Eu nem sei dizer o que aconteceu,
a alegria que havia se perdeu.
Alimento ainda o sonho... Sei ilusão.
HLuna