DISTÂNCIA

O HOJE

Ela é a responsável pela saudade

É simplesmente separação

Com ela não há a prática do amor

Com ela não se enxerga vaidades

Apenas a mágoas dos infelizes

Há uma ausência essencial das almas

Proporciona a dissolução de energias

Não dá pra exercitar os sentidos

Precária fica a visão

O gosto é amargo

O cheiro é indefinido

No tato falta dimensão

Tenta-se escutar através do coração, não dá

Distância não deveria existir, é triste, machuca e envelhece

Dos dicionários essa palavra deveria ser banida... medida descabida!

O AMANHÃ

Porém, chegará um dia em que se inventará a máquina da aproximação

Tão veloz quanto o piscar

Distância não será mais problema

Acabará a saudade em vida, existirá somente aquela post-mortem, a natural

Num simples fechar dos olhos haverá aproximação

Abriu-se um sorriso, aproximou-se e haverá o amor

Não haverá magoas, tão pouco infelizes

As energias se multiplicarão em cadeia

Os sentidos serão mais aguçados

A visão agora, será universal

O gosto amargo tornar-se-á doce como mel

O cheiro outrora indefinido, ficará perfumado como flores no campo

As peles frenéticas comandarão um grande tato de emoções

O coração, definitivamente, se tornará o primeiro órgão da audição

Distância, serás passado, estarás no dicionário agora como lembranças

Não serás mais motivo de separação, de ausência

Não causarás mais choro e nem desgostos

Acabarás com a saudade sofrida, amarga e dolorida

Ficarás apenas a Distância, somente.

Nadylson Marcelino
Enviado por Nadylson Marcelino em 07/06/2016
Código do texto: T5659710
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