A minha felicidade.
Pensando em curtir a minha aposentadoria
da minha bela infância eu me lembrei
e apoderando do velho baú com alegria
em minhas lembranças depressa agarrei.
A primeira coisa que peguei em minha mão
foi o surrado e sempre companheiro chapéu
coloquei na cabeça e senti a batida do coração
que acelerava e me levava até perto do céu.
Esse baú que as minhas lembranças guardava
guardava também a minha grande vontade
de ir ao encontro do sempre eu buscava
e que aqui nunca encontrei, a minha felicidade.
Tirei lá de dentro a minha bota surrada
e livrando-a da poeira na hora eu senti
que já era tempo de pegar a estrada
então joguei o bornal no ombro e alegre parti.
Eu não sei se lá ainda vou de encontrar
os velhos amigos do futebol no domingo lá na venda
mas se acaso no final eu muito me frustrar
peço ao meu coração que esforce e me entenda.
Pois quando eu vim aqui pra cidade
vim com cautela e o coração cheio de emoção
buscava nessa Metrópole encontrar a felicidade
que sem saber estava bem lá, no meu Sertão.