CHEIRO DE SAUDADE
Nessa noite
De magia e inquietação
Onde o silencio
É privado de sua calma
Pelo balanço dos ventos
E pela grata e fina chuva
Que levanta a poeira do chão
E enche meu ser desse aroma
Faz vibrar toda minha alma.
É que meu espírito perneia
Onde me vejo aconchegada
São seus braços
Que me abraçavam
E protegiam-me
De molhar-me inteira
Enquanto pra casa me levava.
E agora sob as gotas cristais
Sinto os sintomas
De tão antiga cerração
Dos mesmos ventos,
Do mesmo cheiro
Da poeira molhada
Deixando-me em êxtase.
Agora não quero dormir.
Quero só ficar sozinha aqui
Perco meus olhos
Nessa imensidão negra
Deixo-me molhar agora
Antes que dissipe
Essa beleza de mim.
Deixo que o vento amigo
Venha me sussurrar
Teu esconderijo me contar.
Liberte-se desse segredo
E me diga onde você está.