MINHA INFÂNCIA
Infância boa foi a minha
Que enquanto brincava com bola,
Boneca e panelinha,
Ouvia os Beatles na vitrola.
Quando chovia, eu pegava a aquarela
E tratava de colorir e pintar.
No final, dava aquela linda tela
Para a minha mãe guardar.
Era difícil ficar parada,
Pois havia bicicleta, bambolê e queimado,
Mas primeiro vinha a tabuada,
O que não era bem do meu agrado.
Bichos de pelúcia, eu tive aos montes
E punha-os todos a balançar.
O favorito era o rinoceronte,
A quem prometi amar e casar.
Na pracinha, eu gostava
Era de pular corda e escorregar,
E ficava mesmo brava
Quando a babá vinha me buscar.
Tenho pena dessa criançada
Que quase não sai do lugar.
Não sabem o que é pular amarelinha na calçada
E poder gritar, e extravasar.
Essa atual gurizada
Passa horas mexendo os dedos,
De olho no visor, na próxima jogada,
E se esquece dos outros brinquedos.
Sorte a minha ter tido uma infância divertida
Da qual posso me orgulhar,
Pois mesmo sendo hoje introvertida
Tenho muito para contar.