Cavalo de talo

Reporto-me

A minha infância

Quando com outras crianças

Costumávamos correr

Por entre os carnaúbais

Em cavalos magistrais

Que só na mente

Pode-se ter

Feito de talo de carnaúba

Que cada um

Sabia fazer

Enfeitados de fitas

Cada uma mais bonita

Dava gosto de ver

Todos emparelhados

Saiamos a juntar o gado

Pra não deixa-los correr

Íamos a boiando

Inocentes sonhando

Vaqueiros querendo ser

Depois que prendíamos o gado

No curral imaginário

Que tínhamos acabado de fazer

Fingíamos cansados

Soltávamos os cavalos no pasto

Pra eles poderem comer

E a mente

Ia criando

E novos sonhos chegando

Cada um

Mais impossível fazer

E o tempo foi passando

Cada um foi deixando

O sonho acabando

Nem mais podemos ter

Nossos cavalos de talo

E neles podermos correr

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 28/03/2015
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