Domingo à tarde

Hoje me lembro das tardes de domingo

intermináveis... que tirávamos

pelo fiar do dia até ao cabo da noite

e já nem olhava para o relógio...

As horas passavam...

e assim o domingo se esvai...

fica só saudade dum pássaro-tempo que passou

e minhas horas felizes em suas asas,

levou-as todas.

O céu era um sem-limite,

onde as nossas esferas perdiam-se

Para só depois encontrar-se e perder-se de novo

dentro de nós mesmos

o som da conversa ecoa aos quatro cantos da casa

o café posto na mesa,

a fumaça exala cheiro agradável...

e não há conjugação

tão mais-que-perfeita que Café com Pão

... todo café sem pão, é sem graça

E como se não bastasse,

pedem-me: - gelatina!!!

Ora essa, no meu pão só passo margarina!

Porque não tenho pressa

e nem tenho relógio

dentro de mim pulsa um coração,

que mesmo não sendo eterno

vivo o instante breve...

como se me fosse eterno e único.

e só vou-me embora

quando for chegado a boa hora

de a conversar acabar

... Põe-se na linha do horizonte

deita-se nas asas da colina,

ergue o manto plano

e da luz embebida,

as asas, a um só tempo recolhem-se

ao findar de mais um dia...

As Histórias foram contadas

um vulto a perder de vista

na estrada da vida

se vai, vai, vai...

é com saudade

que o meu canto se estende

Como o eco que se perde

no meio do tempo...

Camila Arruda
Enviado por Camila Arruda em 15/06/2014
Reeditado em 15/06/2014
Código do texto: T4846317
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