Saudade Bateu

Batia à porta da Saudade

Com um sentimento de paz,

Amor e ansiedade.

— não havia ninguém lá —

Ah, pobre rapaz!

Seria, a Saudade, assim tão má?

Eis que, no outro dia, retornara à sua porta,

Ainda com bastante amor,

Mas quem se importa?

De novo, ninguém para lhe atender.

Na companhia da dor,

Seria, a Saudade, assim, tão difícil de se ver?

No outro dia, coitado,

Já ia sem nenhuma expectativa,

Prevendo o mesmo resultado.

Desta vez, então, desatou

Viver da forma mais viva

E esquecer o que não se concretizou.

O tempo passava,

A saudade não voltava,

A dor abandonava

E a vida continuava.

À porta dele, um dia, bateu

Com um sentimento de nostalgia,

Saudade que reapareceu.

Não havia ninguém. — temia —

A saudade bateu...

E, por viver vivamente, ele nem percebeu.