Pausas e Perdões
o frio é um devaneio,
poético e insensível,
que faz desistir de encontrar o desconhecido,
é zumbido em coração enfurecido,
é o não perdão do ofendido,
olha-se ao espelho do inimigo,
amando e esquecendo o que é amor.
coração músculo travado,
a barba toda por fazer, grita:
-devo-lhes?
(nenhuma resposta aparentemente)
-mesmo assim contarei,
minha história sem perdão, nem pausas,
de pesadelos e insônias,
o que sofri e nunca ganhei,
eu sou pagamento de pecados.
Oh! Frio,que sombras me trazes?
a sombra do medo? da Morte?
que pulpitastes...
e uma pausa pareceu-lhes incorreta...
uma tosse ocorreu aquela exata hora,
perdoem-me...
e o poeta pausou o seu poema.