TODAS AS NOITES
Todas as noites ela vinha furtar-me
da boca um sorriso...
chegava sorrateira qual uma fera
faminta que busca uma presa para
saciar-lhe a fome.
Sem alardes, ela entrava loquaz
nos meus ouvidos, fazendo acordar
os meus desejos mais íntimos!
deixando em meu quarto o efêmero
olor do pecado seu.
Todas as noites na mesma hora, eu
deitava minha cabeça cansada no
colo de sua ternura....
e ali adormecia ao som de sua voz
a dizer-me, Te amo...
O tempo passou e sua boca sumiu
dos meus dias, e hoje o que me resta
é tão somente uma saudade daquela
que se foi de mim, como folhas aos ventos.