Bêbada...
embebedou-se e caiu no ar...
não se cai no ar e caiu-se
desequilibrou-se
Calou-se.
Fez-se lembrança antes do tempo
fez-se tempo antes da lembrança.
Caiu-se, embebedou-se...
E era tão bela, tão mera, tão ela
que só se pôde sendo outra,
tonta, solta.
Mas fez-se incauta,
do despenhadeiro salta
faz-se ausente...
quente, semente, e mente.
Foi ao meio-dia...
Vadia, vazia, azia da burguesia.
Dia meio foi, e foi desaparecendo
parecia incenso, espuma de vento
que toma veneno, vem o demo
leva-lhe num azul sereno
Tremo, queimo.
Dorme, some, vai-se!
Esvaiu-se, caiu-se
Morreu-se.
Matou, chorou
riu-se histérica, passou histórica
babada
Na tarde mais amada,
deixou-se de mim...