De mãos vazias

A saudade criou em mim raízes

Brotaram lágrimas

Cultivei dor pela ausência

Colho hoje pétalas murchas de solidão

Quisera eu detê-la para não mais me machucar

Se pudesse arrancá-la a queimaria como vingança

Vingança por incinerar a seiva que antes aliviava

A sede se torna constante e a dor não pára de maltratar

A falta tira de mim o sorriso

A esperança engana-me de um dia ter de volta a presença

Mais uma vez sinto longe minha humanidade

E minhas mãos vazias buscam um rosto envolto em cachos de verdade