CURA

Andei pensando...

Estivemos juntos,

Vivemos juntos,

Tudo, sempre juntos.

E você ainda nem morreu.

Está tão próxima...

Continua viva,

Se assim fosse, morta estivesse,

Me tornaria bruxo,

Um espírita qualquer,

Assim, talvez,

Pudesse eu escutar

Sua voz novamente.

O que houve?

Como foi acontecer?

Porque não nos falarmos?

Toda separação

Precisa ser doída assim?

Estou me privando,

Acho que por necessidade.

Minha ou sua, não importa,

Afinal, você não me quer mais.

São estas suas palavras.

Em respeito a tudo seu,

Permaneço em silencio....

Mas...

Dentro, aqui dentro...

Já não se calam os gritos...

De saudade.

Eu sei que o espírito,

Se desdobra.

Energia que é,

Pode estar em lugares vários...

Mas...

Só não sabia que...

Ficava em pedaços,

Procurando no vazio,

Fragmentos, retalhos

Dos momentos por nós vividos.

Porque está tão calada?

Se não quer voltar,

Pelo menos fala comigo,

Você não morreu...

Sou hoje,

Se sou...

Nada sou!

Quero ser mais uma vez

Quero ver...

Sentir,

Você por perto...

Seja homeopatia,

Em dosagem pequena,

Cura a minha saudade...

Se quiser,

Seja a cicuta, veneno mortal...

Mata, acaba, extermina e, some..

Com esta saudade doentia,

Chamada

Você.