No Dia de Finados

No Dia de Finados

Este silêncio torpe...

Esta saudade infinda!

Esta persuasão íntima

De que em dia ignoto,

No rol comum dos meus dias,

Vou estar sob a laje fria

Esperando, neste dia,

As flores vivas, cheirosas,

A inebriar o amor

Que semeei nesta vida.

Não as coroas tenebrosas

Com faixas em espiral,

E cores hipocondríacas

Lembrando o caso fatal.

Estas paredes cinzentas

Que entristecem, deprimem,

Não quero como morada.

Antes quero uma grama verde

E flores... Flores... Muitas flores!

Um ar puro e delicado...

Um jardim ensolarado...

Ou melhor, enluarado.

Uma cruz e o epitáfio:

“Aqui, jaz uma poetisa,

Que por amar e ser amada

A vida lhe foi precisa

Digna e abençoada”

***

Maria de Jesus. Fortaleza, 02/11/2010

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 02/11/2010
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