O Amanhecer na Fazenda

Quando o galo da fazenda cantava no galinheiro,

o sol inundava a senda que findava no terreiro,

e abria uma fenda no matinal nevoeiro...

Os pássaros gorjeavam a saudar o novo dia,

as flores se debruçavam frementes de alegria,

e as águas desmoronavam em sonora melodia...

As palmeiras balançavam numa balada louçã,

suavemente embaladas pela brisa da manhã,

e as sabiás cantavam abrindo o peito em afã...

O carro de boi chiava pela estrada empoeirada,

a parelha caminhava no amarelo da estrada,

e o bem-te-vi arrulava chamando sua namorada...

E o verde matizado, caindo na encosta da serra,

se tingia de dourado e resplandecia na terra

do barranco avermelhado onde o caminho se encerra...

Desse enlevo matutino cheio de felicidade,

meu coração de menino chora hoje de saudade,

porque o rude destino me trouxe para a cidade...

Mas hei de um dia voltar à minha doce fazenda,

e hei de me embalar naquela saudosa senda

que a fria dureza urbana faz parecer mera lenda...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 27/09/2010
Reeditado em 26/05/2016
Código do texto: T2522725
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