NÉCTAR

Paz! Ele apenas seguiu o sonho

que o Anjo abriu estrada afora

pela palma da mão que alaúda

Paz! Ele nasceu agora aonde

importa unicamente o Amor

que o universo estende e tudo muda

como muda o sentido da lágrima

desenhada pelo saber extremo

da saudade deixada estátua

Paz! Ele não foi apenas se tornou,

e o que permanece não é herança,

é só o dedo apontando o seguinte

Paz! As borboletas perpendiculam música

quando o silêncio é abandono e saudade

e a tempestade o jeito do céu mexer na terra

Como não vimos que o Amor

é um anjo desgarrado combatendo

os répteis desfeitos no cristal da perda?

Paz! O que é isso? não existe perda

apenas um caminho que encontra

a curva no céu do Perdão

Porque o Perdão é uma cantiga

que a alma entoa na saudade

cheia de um balanço

cujo eco

é uma lágrima do beija-flor

embasbacando o definitivo

pelo Néctar