Saudades juninas

Em que cemitério dormem as bandeiras coloridas

que enfeitavam o meu São João

Que alma perdida e solitária

veste meu vestido de chita e meu chapéu de palha

Onde se esconderam os cavalheiros quadriculados

Quem roubou a sanfona, zabumba e triângulo,

Silenciou meu forró de pé no chão e sandália de couro.

Qual arraial aprisionou minha tradicional quadrilha

Os noivos, fofoqueiras, rainhas, sinhazinhas, os guardas,

Em que fogão se escondeu a canjica, a pamonha e o milho

Quem apagou as fogueiras que mantinham minha alma acesa

E minhas simpatias, a que santo recorrer

Todos dormem esquecidamente

E hoje, acalentados por minha querida mãe

Que proibiu-me os fogos

E deixou-me em cinzas

Quando de repente

Subiu... subiu... em busca do último balão