Saudade . . . Solidão

Noite escura. Deito e me levanto.
Ando de um lado para o outro.
Não consigo dormir. Sinto o corpo
cansado, abatido, tomado por arrepios.

Enquanto lá fora sopra um vento
forte e frio, que corta a madrugada.
Traz consigo, no seu assobiar, uma
espécie de gemido, de lamentação
que penetra meu ser, e por um
momento faz gelar o sangue nas veias.

Nuvens negras se fazem tão próximas,
enquanto ao longe outras nuvens já
começam a mudar de cor, anunciando
que outro dia está por nascer.

Mais uma vez meu olhar se perde no
vazio do espaço sem fim. No infinito
do pensamento, somente solidão. Uma
lágrima cisma em rolar dos meus olhos
já cansados de tanto esperar.

Sinto saudade do amor que se foi. Fecho
os olhos na esperança de que o sono me
venha. Mas ao contrário, são apenas
lembranças que me vêm à mente, me
fazendo voltar a um ontem tão distante.

Por mais que eu queira esquecer, ainda
a tenho no pensamento, e tê-la aqui
comigo, a me aquecer, a roçar seu corpo
no meu, é algo muito forte, quase que
uma necessidade.

Queria envolvê-la em meus braços, sentir
o seu calor e o meu corpo arder em desejos,
reviver na pureza desse momento, a vida, o
amor. No entanto, ainda há escuridão,
madrugada. E na dor da saudade, a solidão.
E esse vento frio que não passa. . .


21/08/02
Wilcaro Pastor
Enviado por Wilcaro Pastor em 28/04/2006
Reeditado em 02/09/2008
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