ALGUMAS PALAVRAS SOLTAS

De boca em boca

Passa a palavra sagrada

Chegando à última

Perdeu o sentido

Passou a ser nada

Mão que aperta a mão

Cria laços

Assim se quer uma amizade

Que por se dar muito

Por se vulgarizar

Diluiu a espontaneidade

De século em século

Construímos uma civilização

Dissolvemos os valores iniciais

E só por frio nos encostamos

Uns aos outros

Para evitar a morte às mãos de uma

Temida congelação

Porque aquilo que somos

Aquilo que sonhámos ser

Para demasiados

Ficou na estrada da vida

Onde muitos se perdem

Se estão perder

Porque um amor que se queira eterno

Deve ser regado

Tem que ter a outra pessoa por perto

Porque de silêncios estamos fartos

Os silêncios são o mal

Ditadura que perdura

Devemos pois fazer a revolução

Das palavras

Com determinação

Mas também com ternura

Pois é ela que os nossos descendentes

De nós herdarão

Legado imortal

A levar até às estrelas

Onde eles um dia viverão

Poema protegido pelos Direitos do Autor