As Cornucópias da Fortuna (poema)

Titia morre que não morre

Alguém socorre, por favor!

Na espera o tempo que escorre

E me erra a previsão, o doutor

Se é dela a longevidade

Em detrimento de minha própria

Se a nossa solidariedade

Fosse posta em cornucópia

Se entre angústia e gratidão

Se entre a sorte e o dilema

Entre, enfim, reflexão

Faz abrandar todo problema

Se entre funestos seres vivos

Ser humano é ser imundo

Encenam o mágico, nocivos

O trágico é pano de fundo

Se adotivos foram gratos

Pelo que lhes fez Fortuna

Os filhos destes vendo os fatos

Morte em série é oportuna.

Baseado no drama "As Cornucópias da Fortuna" de Beto Oliveira.

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 28/01/2020
Código do texto: T6852950
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