As Cornucópias da Fortuna (poema)
Titia morre que não morre
Alguém socorre, por favor!
Na espera o tempo que escorre
E me erra a previsão, o doutor
Se é dela a longevidade
Em detrimento de minha própria
Se a nossa solidariedade
Fosse posta em cornucópia
Se entre angústia e gratidão
Se entre a sorte e o dilema
Entre, enfim, reflexão
Faz abrandar todo problema
Se entre funestos seres vivos
Ser humano é ser imundo
Encenam o mágico, nocivos
O trágico é pano de fundo
Se adotivos foram gratos
Pelo que lhes fez Fortuna
Os filhos destes vendo os fatos
Morte em série é oportuna.
Baseado no drama "As Cornucópias da Fortuna" de Beto Oliveira.