VELHA SAMPA QUE SAUDADE ME DÁ

VELHA SAMPA QUE SAUDADE ME DÁ

Marcial Salaverry

Olhando suas ruas congestionadas,

as pessoas caminhando estressadas,

essa quase interminável loucura,

lembro com saudade e ternura

de como era a vida antigamente...

Vivia-se mais simplesmente,

mas vivia-se com prazer...

São Paulo das serenatas,

quando trovadores em alegres cantatas,

declaravam seu amor para moçoilas enamoradas...

Havia espaço para brincadeiras de rua,

para românticos passeios à luz da lua...

Havia mais vida, mais romantismo,

e muito menos perigos e cinismo...

Dos velhos bondes, quem se lembra?

Como era gostoso tomar o bonde andando,

e logo saltar quando o cobrador vinha chegando,

com sua velha cantilena do seu eterno “dim-dim,

um pra Light e dois pra mim”...

Os velhos bondes camarão...

Lembrar disso tudo, dá um aperto no coração...

Como era gostoso viajar de trem...

Agora, é só lembrança de alguém...

De alguém que olha e lamenta,

não entendendo como se aguenta,

desta maneira viver...

Mas para o passado, não se pode retroceder...

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 06/11/2005
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