Quem me dera, Odara

Aquela rosa que lhe deu o seu meio-avô,

não era assim tão bela.

Era ainda um botãozinho.

Um brotinho, na linguagem do botânico,

mas quem não reage bem ao carinho,

me fala, Odara?

Um quase-avô,

postiço,

mas não seja por isso,

porque o amor é original

e seja de qualquer cor que o pintemos,

soará sempre falso,

porque esse sentimento é bem transparente,

feito a alma da gente,

que também não tem cor.

Cuide bem dessa flor.

Viva intensamente o amor.

Exponha-os na varanda,

na janela,

aproveitando a vinda da primavera,

mas nunca se prenda a uma única estação.

Ser bom é bom demais

e ademais,

com o coração que você herdou,

da sua genética,

escancare a sua face poética,

procurando sempre falar de amor,

também,

tendo como inspiração,

essa que se transformou numa bela flor

e que foi seu meio-avô quem lhe dera.

Quem me dera,

vê-las crescer,

assim tão belas,

Odara,

num jardim quase sem fim,

em mim, em nós e em todos,

todos os dias

e em todas as estações.

Apenas desate os nós das suas emoções.

rodriguescapixaba
Enviado por rodriguescapixaba em 26/08/2018
Reeditado em 02/06/2021
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