Macaquinho
Macaquinho , eterno macaquinho , te encontrei bem por acaso no meio do caminho .
Vítima do mal que se há , mas sem ninguém para te salvar , super-herói já não existe , nem Jesus , Buda ou Alá .
Macaquinho que aqui nascestes , em meio ao cimento e a um pequeno jardim . Viveu em comunidade , respeitando a diretriz , seguindo sempre em frente ,sem início , meio ou fim .
Anda meio sobre os fios , com tanta energia que dispensa gerador , continue saltitando , manda embora o caçador.
Destemido, sim tu és , diante dos olhos frios que sufocam-te sem pudor seu suspiro vira caos , e os seus passos um tambor .
Perdoa a ignorância dos desavisados ,de cérebros paralizados ,ande nas cordas do que nos telhados , já que telhado de morto é a terra , e de gente cruel , é o próprio céu .
Macaquinho pequenino , pula sob as árvores , ágil , menino , vai brincando de teatro , parece gente , só que bem mais humano , do que os inconsequentes .
De um dia pro outro , tudo mudou, que doença é essa ? Uma vez me disseram , sobre a tal da febre amarela . Era o destino caçador , também primata , mas sem sensatez , te salvar ? Não em épocas de liquidez .
Macaquinho macaquinho , a terra não é seu lugar . Desenha um cifrão , para se camuflar .
Os filhos da lei , nem um adeus lhe concederam , apesar de valioso , não és de cobre ou de papel . Tipo raro de daltonismo , não enxergam teu amarelo , só o verde do cartel .
Pobre macaquinho , rezo rezo , que sua própria luz possa te salvar , já que a minha não é suficiente .