Rua da Macaca, 32

Naquela rua e com aquele sol de verão,

nós a acolhemos, cuidamos, amamos

e o que pudemos fazer, fizemos

e o que não pudemos, é óbvio,

inventamos,

pois o essencial não lhe podia faltar

e amor nunca lhe faltou.

E naquela rua também choveu,

também escureceu,

mas ninguém nunca se esqueceu

que havia um compromisso

e graças ao seu feitiço,

no imaginário do que nunca foi secundário,

o solo resistiu,

porque a semente era boa

e ainda hoje, naquela rua,

mora uma boa pessoa,

uma adulta que ainda é menina,

porque a felicidade é quem dita

e indica os passos e o ritmo,

é sempre no compasso do coração,

de quem é bom.

Na rua da macaca,

ensinamos e aprendemos muito.

Acolhemos, cuidamos e amamos,

mas no final daquela rua,

assim como ao fim de tantas ruas,

possivelmente haverá uma criança nua

e até mesmo com frio

ou um velho tentando atravessar a rua,

mesmo sendo no Rio,

e para quem já foi acolhida um dia,

-assim como o livro acolhe a poesia-

abrigada e amada,

não é permitido não abrigar também

e nem, também, não amar tão bem.

A Rua da Macaca,

é uma via imaginária, de duplo sentido,

mão e contra mão,

porque o amor é um sentimento,

que as vezes vem invertido e bem no seu vão,

há um coração, em forma de agasalho

e o que se assemelhava ao cascalho,

revelou-se um lindo diamante

e bem defronte àquela rua,

há uma outra rua,

apelidada de Rua do Amor.

E o amor foi quem,

na Rua da Macaca, 32,

um dia te abrigou.

rodriguescapixaba
Enviado por rodriguescapixaba em 08/01/2018
Código do texto: T6220503
Classificação de conteúdo: seguro