Poetas no Ônibus

Manoel Bandeira, ao entrar no ônibus pergunta ao cobrador: - Passa em Pasárgada?

Não, diz Carlos Nejar: - Todo coletivo do Sul nos leva ao Pampa!

Drummond da janela, vislumbra uma pedra no caminho, e atônito indaga:

E agora José, e agora João?

- Calma! Grita Fernando Pessoa: - Todo poeta é um fingidor!

Porém Neruda rebate: - verdade, juro, foi poesia o que senti, o que escrevi..

Confesso que vivi!

No coletivo lotado, poetas por todos os lados:

- Caio, Paulo Hecker, Adélia Prado..

Lá, bem ao fundo,

Quintana com saudades de sua casa na antiga

Rua da Praia, pensa consigo:

“Todos esses que aí estão atravancando meu caminho,

Eles passarão.... eu passarinho!

Alexandre Lettner
Enviado por Alexandre Lettner em 09/08/2017
Código do texto: T6078953
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