Poetas no Ônibus
Manoel Bandeira, ao entrar no ônibus pergunta ao cobrador: - Passa em Pasárgada?
Não, diz Carlos Nejar: - Todo coletivo do Sul nos leva ao Pampa!
Drummond da janela, vislumbra uma pedra no caminho, e atônito indaga:
E agora José, e agora João?
- Calma! Grita Fernando Pessoa: - Todo poeta é um fingidor!
Porém Neruda rebate: - verdade, juro, foi poesia o que senti, o que escrevi..
Confesso que vivi!
No coletivo lotado, poetas por todos os lados:
- Caio, Paulo Hecker, Adélia Prado..
Lá, bem ao fundo,
Quintana com saudades de sua casa na antiga
Rua da Praia, pensa consigo:
“Todos esses que aí estão atravancando meu caminho,
Eles passarão.... eu passarinho!