O senhor centenário

De longe parecia ter avistado a sua presença

De perto sabia que não estava ali

Eu me perdi um pouco nessa descrença

E no final das contas não te vi

Oh senhor centenário, voe longe, pássaro!

Bata suas asas o mais forte

O céu é o ninho, o mel afago no pote

Volte quando puder, não relutes a morte

Seja em vida, seja em morte

Seja na Terra, seja pra lá de Marte

Seja um pouco de tudo

Não vista-se com as sobras do mundo

Peguei sua mão mais uma vez

Minha mão está fria, meu coração pulsante

Estive do seu lado naquele instante

Seus olhos verdes também são meus

Brilham sonhos, enxergam cores constantes

O abraço fica pra outra hora

A saudade por vezes faz morada

Com tudo que aqui reflito agora

Um segundo ao lado seu seria melhor que nada

Recesolo
Enviado por Recesolo em 02/06/2017
Código do texto: T6016074
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