DOR DA AUSÊNCIA

DOR DA AUSÊNCIA

À dona Amélia, mãe, e Olindina, irmã, mais próximas de Deus agora.

Cantavam, pulavam, sambavam,

Choravam, gritavam, amavam,

Falavam, brigavam, escutavam.

Comiam, riam, dormiam,

Sentiam, corriam, pura alegria.

Com elas, era assim,

Tudo era pouco, nada.

Transbordo de vida,

Ideal de família,

Dos seus, e de todos que a amavam.

Mas o vento chegou, mais que saudades deixou,

Ficou o vazio.

A cruel dor da ausência.

Não mais alegria, nãos mais festejos,

Só luto, sentido, calado,

Siameses colados, lada a lado, assombramento.

Mais que saudade, mais que lágrimas,

Que se possam encher oceanos,

É essa dor, aguda, que sábias mentes paralisa,

E nos faz, escondidos, esperanças arriar.

Tarde nublada, quarto sem luz, deitado,

Sem sono, e o tempo esquecido de passar,

Assim é a dor da perda

Ausência de noites, eternamente, esperando o dia que nunca vem.

Saudade, palavra fraca, mas conveniente, nesses momentos ...

Sozinho, com preciosas lembranças, coração doendo, sem descanso...

Meu Deus, que tragédia, a morte na vida e amados,

No coração, não poder nunca enterrar.