Fita e Sianinha (Mãezinha)

- Equilíbrio entre as curvas e a retidão –

Mãezinha,

Não te repreendas Nem te perturbes

Fiel e dedicada progenitora

Perdoai meu desequilíbrio

Pois na arte de me expressar

Ainda sou amadora

Mas em minha falha humanidade

E em minhas curvas

De verdade e sensibilidade

Ei de me equilibrar

E aprender nelas a caminhar

Para também em suas linhas

De retidão poder eu compreender

E contigo trilhar

Creio não seja atoa

Que por obra do

Divino ou destino

Faça em teu coração

De mãe refúgio

E meu precioso galardão

E por meu arroubo

Por meu desconsolo

Em verdade e sinceridade

Te peço perdão

Me fio, não nego em seu amor

Que mesmo em meu mais abrasador torpor

Se faz para mim consolador

Mesmo não sendo muitas vezes

Esse que vos escreve merecedor

Mãe querida

Mãe amada

Mãe amiga

Mãe pela qual

Mesmo vindo eu

A me sentir de algum modo ferida

Jamais guardo mágoa

Pois vence sempre em nós o amor

Amor esse, que vós de tão pronto

Fraterno coração me apresentou

Não te perturbes em meus momentos

Em meus murmúrios ou xingamentos

Eles são palavras vãs

Levadas pelo vento

E por elas não quero que se faça

Jamais entre nós tormento ou afastamento

E não afobes doce coração

Que em júbilo e

Consternação saúdo

Mesmo por vezes agindo

Como se fosse assim

Admito não saber de tudo

Perdoe-me se por vezes

Mais falo do que escuto

Mas nunca foi real intenção fazer tumulto

E sabes, e sei que o sentimento

Se faz mútuo

Entre as arestas

De suas bem traçadas

Linhas em retidão

E minhas abauladas

E arrendadas curvas

Em confusão

Não há muita diferença

Apenas por vezes

A falta de consciência

De que uma fala

O que a outra pensa

A.G. Beatriz