Aquele predestinado aos exageros

Um que carrega

no embornal da vida

o sem fim das coisas desinúteis.

Que anda capengo,

torto de nascença

pelo peso dos exageros.

Fosse possível mirar

a fresta da costura de sua essência,

e o registro da retina contaria:

uma desobediência ao tempo de espera;

um arsenal de palavras engatilhadas;

uma barragem rompida de emoções;

um labirinto de espelhos, com mil faces de sensações;

um tsunami , revolvendo as águas de suas marés.

Um que segue torto

porque não cabe em forma pronta.

Para Fábio Gondim, em eterno estágio de ser transbordado.