Sorria, menina!

E ele sempre me dizia:

- Sorria, menina! Que essa vida inteira é tua.

Eu jamais esqueceria daquela voz suave e crua. Abria eu um sorriso torto, meio morto, mais pra lá do que pra cá.

Mas ele continuava a dizer:

- Olhe no espelho, vejo o quão bela és menina. Sorria, Marina!

Daquela forma tão dele, que pegava na minha mão e cuidava de mim como seu bebê. Olhava eu para os olhos seus, vendo o brilho profundo que se foi no escuro...

Dessa vez fui eu a dizer:

- Pai que tanto amo, sinto saudades de você.

Marina Ramalho
Enviado por Marina Ramalho em 21/07/2015
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