Sorria, menina!
E ele sempre me dizia:
- Sorria, menina! Que essa vida inteira é tua.
Eu jamais esqueceria daquela voz suave e crua. Abria eu um sorriso torto, meio morto, mais pra lá do que pra cá.
Mas ele continuava a dizer:
- Olhe no espelho, vejo o quão bela és menina. Sorria, Marina!
Daquela forma tão dele, que pegava na minha mão e cuidava de mim como seu bebê. Olhava eu para os olhos seus, vendo o brilho profundo que se foi no escuro...
Dessa vez fui eu a dizer:
- Pai que tanto amo, sinto saudades de você.