Uma Rosa e um soneto
Já soou o clarim
Já se foi alvorada
Já dei um beijo em meu amor
Já se foi passeio de banheiro do nosso filhote
um ósculo no sol e um abraço no dia
Já se foi café, pão, melão e ração
Já beijei minha flor novamente
abracei meu violão e ganhei a rua
Já visitei um amigo
já cantei em sua porta
já bebi sua caninha, despedi-me e fui embora
pra poder voltar um outro dia...
Já voltei pra casa
com o fim da manhã alimentando a próxima fome do dia
Já cheirei minha linda, agucei o apetite
Já fiz cama na panela
dourei o alho e a cebola
Almocei costela de boi, querendo almoçar a carne dela
Já se foi manhã...
e saciei-me de tudo que o meio do dia me concedeu
Lá vem tardinha e uma preguiça vespertina...
o que a tv oferece é a serpentina que hipnotiza
e me adormece...
Sei que sonho, mas não lembro
não tenho um poema dessa quimera
Desperto ô loucamente
me farto desse Fausto e percebo a falsa luz de filamentos
Busco um Recanto em minha escrivaninha
tropeço em um dilúculo soneto
e perco-me no tempo, confundido, por esse arrebol fora de hora
Meu amor cochila ao meu lado
devo despertar sua boca com a aurora que há na minha
com uma Rosa
e um beijo de um soneto dourado
NOTA: um poema para o soneto, "Dilúculo Dourado" de "Rosa Ambiance" (RosaAmbiance).