AO MEU MESTRE

Em que sala de aula ficou trancado

O sorriso do meu professor querido

Perdeu-se na poeira do dia mal vivido

Ou foi levado junto ao grito desgastado

Dos pedidos de socorro sufocados

Pela espada dos tiranos destruídos

Esquecendo-se que devem-lhe o que é sabido

E enterram-lhe os sonhos arrancados

Mãos de ferro a sangrar aquele mestre

Que plantou em minha alma o saber

A quem dedico todo fruto que colher

Nesse barco de decentes e silvestres

Que esses versos venham logo florescer

O sorriso que cansado foi morrer...