À minha mãe
Ela não mais me pegava no colo
Tampouco ninava meu sono
Muito menos trocava minha roupa
Não sabia ao certo o que
Ela fazia por mim
Ignoro certamente o que
Ela fez de mim
Apenas me sinto vazia depois que ela partiu
Procuro nos rostos aquele olhar
Que passava-me toda segurança
Como se o mundo me protegesse
Sob o manto daquela mulher
Busco aquelas mãos enrugadas e fortes
A me encobrir de cuidados
E quando fecho os olhos
Na escuridão da noite, ouço sua voz
E me sinto menina e frágil
Necessitando de sua heroína.