Tributo à Morenidade Feminina

Ah... quão belas são as morenas,

Ah... símbolo da mulher brasileira,

Cor de terra, és cor de amendoeira,

Sois Anas, sois Carlas, sois Helenas.

Essa pele é o que me destrói,

Essa cor mais clara ou mais escura,

Essa pele lisa, cheirosa e pura,

Eis o que de fato me corrói.

Por que me arrebatas?

De onde vem esse poder?

Procuro, mas não há como saber,

Será que vem das nossas índias ou das nossas escravas?

Pisa-me, humilha-me, ofende-me,

Resigno-me perante tão grande beleza,

Artifício divino que dissolve qualquer tristeza,

Deleita-me, ama-me, prende-me.

E deitado sobre essa pele da cor do sexo,

Perco todas as minhas energias,

Sou apenas suor, contemplação, alegria,

E da minha virilidade não sobrou nem reflexo.

Ah... morenas, perco-me no interior dos seus cabelos,

Cabelos negros, ondulados, alisados, ou repicados,

Beijo os seus corpos e todos ficam arrepiados,

Esses pêlos claros, oxigenados, escuros, molhados.

Eis a morenidade, eis o meu tributo,

Tributo que pago sem praguejar, sem exitar,

Apenas quero possuir, quero absorver, quero amar,

Essa pele, essa cor, seja clara, escura, canela, caju, manga, tudo.

* Todos os Direitos Reservados pelo Autor.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 04/04/2006
Reeditado em 14/07/2006
Código do texto: T133658