Estrada de Ferro
Na estrada de ferro, o trem parte ao luar,
Cortando o Maranhão rumo ao Pará a desbravar.
Nas carruagens, histórias começam a brotar,
Dois corações viajantes, no trilho a se encontrar.
Ela, moça de sorriso tão doce quanto o jasmim,
Ele, rapaz de olhar que ao infinito alcança, sem fim.
Entre malas e assentos, um amor nasce assim,
Efêmero como a viagem, mas eterno em seu sim.
A locomotiva sibila, a paisagem é um borrão,
Mas naquele pequeno mundo, só existe a paixão.
Promessas sussurradas, na cadência da canção,
Que o trem entoa ao vento, em sua veloz missão.
Cada estação que passa, é um capítulo a virar,
Eles sabem que o adeus, logo irá chegar.
Mas naquele instante breve, escolhem apenas amar,
Na estrada de ferro, onde tudo pode mudar.
O apito anuncia, o destino está a frente,
Olhares se cruzam, sentimento tão latente.
Eles se perguntam, será o amor suficiente?
Nessa viagem de idas e vindas, eternamente.
A brisa da noite traz, o salgado do mar,
Misturado ao doce mel, do amor a se formar.
Na estrada de ferro, onde sonhos vão voar,
Dois amantes se entregam, sem medo de se arriscar.
Com cada solavanco, um novo mundo a explorar,
Naquele trem que segue, sem nunca hesitar.
Eles vivem o momento, sem o futuro questionar,
Na estrada de ferro, onde tudo pode se alterar.
E quando a viagem finda, na estação final,
O trem desacelera, o coração em sinal.
De que o amor passageiro, foi real, afinal,
Na estrada de ferro, um romance sem igual.
Descem do trem, na despedida, um olhar a dizer,
Que o amor ali vivido no coração irá permanecer.
Naquele encontro fugaz, um sentimento a florescer,
Juntos, em cada trilho, em cada amanhecer.
Assim termina a jornada, na linha que une corações,
Na estrada de ferro, entre partidas e estações.
O amor de dois amantes, em meio a tantas emoções,
Fica a lembrança, nas trilhas e nas canções.