Pena da poesia

Te fiz poema, música e luta de espadachim

Sonhei acordada, tão encantada

Fiz da pena da caneta a minha espada

Em uma luta que haveria fim

(Por que cravejou ela em mim?)

Fiz até das minhas certezas filosóficas

Um desalento das notas

Como uma música nunca composta

Em uma orquestra ruim

É como quem pagasse para ver um drama

E do nada percebesse que todo aquela trama

Era na verdade uma propaganda

Como uma roupa feita no meu manequim

E precisa de coragem para se ver de novo

Como na poesia, que escrevi com gosto

Como quem agora olha mais um abismo

Das verdades que escondeu de mim

E se a pena: da caneta, da lança ou minha

Se escreve, se ferre ou se auto dissemina

Pudesse em outro intervalo

Não mais transcrever

Eu usaria todas as tintas do mundo

Para escrever todos os textos imundos

E detalhar as mentiras que você diz sobre você

26 de Outubro 2022

Isabelle Azevedo
Enviado por Isabelle Azevedo em 22/04/2024
Código do texto: T8047270
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