LETRAS DE SANGUE

Que o meu amor te leve onde tens segredos,

E neles coloque todos os teus prazeres.

Sendo eu o teu maior devaneio interrupto,

Quando sei que admirável é o sagrado de teu templo.

Não quero a mudez do teu sorriso,

Quanto ao querer e ao desejar!

Sois aquela que puxa-me para a luminosidade,

Enquanto me perco, descendo as escadarias da escuridão.

E numa noite como esta,

Que eu esteja sempre em tua mente!

Como uma utopia que leva-me até você,

Se inteirando no teu essencial a oferecer.

Irresistivelmente, és a deusa de minha alma,

E a inspiração para que minha existência esteja em paz.

E colocarias, de antemão, em minha boca, com um só toque,

Uma verdade dita por ti, e um beijo longo e seu.

Queria desfrutar mais uma vez,

Dos olhos doces que me conjuras!

Dos cabelos molhados que ainda não vi,

E o encanto do teu serenar, invadindo meu corpo,

Agora, tão distante, quanto um verso que não escrevi.

E as letras de sangue,

Com que tenho tentado,

A todo custo a deixá-las sem definir,

Para que venhas segurar o meu cálice,

Quando as gotas do papel vier a cair.

Imaculada sois, será?

Uma liberdade preservada no tempo?

A fábula não contada dos antepassados?

Ou a mulher que somente vem a sorrir!

Eis o nascer de um sol!

Eis a noite suspicaz!

E eu atraído por um jeito inexplicável,

Que lanças para dentro do meu ocultismo.

Permaneces intacta desde o instante!

Com que teus lábios, aos meus, me dissipa,

Constantemente, transpassando o que já não possuo,

A mensagem inesperada, que dirias para mim.

Poema n.3.062/ n.33 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 20/04/2024
Código do texto: T8046239
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