De volta pro Abraço

Meu coração sofrenaço

enquanto a chuva cai

e o pensamento se vai

por não ter o teu abraço

pouco importa o que eu faço

depois que ela foi embora

por isso o pinho chora

na soledade o espaço

na soledade do espaço

o campo sente a tua falta

essa milonga ressalta

a dor de um cimbronaço

no aconchego dos teus braços

tingia de alegria em aquarela

hoje é triste a primavera

fria igual um aço

é fria igual um aço

a tristeza e a solidão

solito o chimarrão

não cerra mais o seu laço

pois até o picaço

desencilha as saudades

e junto da soledade

a rima esqueceu o traço

a rima esqueceu o traço

por milonga oitavada

fui domando a guitarreada

depois de um manotaço

depois de um talagaço

a gente aprende sem dó

que talvez viver só

saímos do mormaço

e pra sair do mormaço

nova semente plantei

um novo caminho andei

juntando cada pedaço

pois ficou em estilhaços

o coitado do coração

e te pede perdão.

todo erro eu desfaço

todo erro eu desfaço

todo caminho tem volta

volto mansinho a sua porta

e se quiseres, tudo eu refaço

meu pensamento, em embaraço

já sem acordes, sem rima

pois és tu a obra prima

minha inspiração, que eu entrelaço

minha inspiração eu entrelaço

te entrego minha rima, minha alma

assim, o pensamento se acalma

cada coisa no seu espaço

meu corpo nos teus braços

tudo volta a calmaria

te entrego essa poesia

pra voltar pro teu abraço.

Mateus Fernandes DE SOUZA
Enviado por Mateus Fernandes DE SOUZA em 11/04/2024
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