O colo da minha mãe
No colo da minha mãe cabe um porto.
Uma ponte, um caminho, uma ferrovia.
É passagem para onde mora toda calmaria.
Nele também cabe o que não tem espaço no coração.
E se extravasa o que parece não ter solução.
No colo da minha mãe o meu mundo desabafa, desmonta, e se reconstrói.
É lá onde os caquinhos já não doem.
Ele é também a continuação de nós, como um pedaço da gente.
É lá que ela faz de mim, inteira novamente.
O colo da minha mãe é confiança, moradia da paz, da esperança.
É escudo, ninguém me alcança.
Colo da mãe é, ânimo pro que desanima.
É onde mora o conserto do meu coração de menina.
O colo da minha mãe é esparadrapo, bússola, binóculo, cobertor.
É a casa do mais lindo amor.
O colo da minha mãe é rocha, muro, barreira.
É incondicional e não tem fronteira.
O colo da minha mãe é força, armadura, segurança.
É o refúgio para minha alma de criança.
É portal , passagem, telepatia.
É onde Deus chega mais perto ao som de poesia.
Nos abençoando com sua sublime companhia.
No colo da minha mãe tudo volta a fazer sentido.
Só deitada nele, o consolo é garantido.
O colo da minha mãe não tem forma, nem cor, nem validade.
É lar de toda a saudade.
E refresco para minha ansiedade.
É invisível , disponível, sempre acessível.
Basta crer.
E lembrar, que o essencial, é invisível ao olho.
Mas sempre há de ali, permanecer
(Pra ela que é minha calmaria em dia nublados e meu sorriso em dias tristes. Lugar melhor no mundo não há : Andrea Candoia)