Observa, moleque!

Observa, moleque!

Enquanto a vida

se escorre por entre ladeiras

e fantasias de sempre,

enquanto a marcha segue

endeusada em si mesma

rumo ao fúnebre feriado das almas,

pormenorizado ritual festivo

dos que à procura de alguma paz

se deixam enredar em oceanos

de engano, de promessas vazias,

o barro machucado,

o solo ensanguentado,

o verso embriagado

na penumbra das cinzas que se recolhem,

o pó que ao pó se apressa em tornar,

a visão embaçada

pela fumaça dos que se

entregam ao óbito de tanto sonho.

Eis o coro de tantos irmãos

enlutados no esquecimento de irmãos tantos.

Segue o passo.

Segue a dor.

Cordões umbilicais segregados

por cordões previamente pecuniários.

Simplesmente se esvai...

Mas lá na cruz, vergonhosa e rude cruz: ELE VENCEU!

Por que choras, moleque?!

Há flores belas naquele jardim,

há a Glória do Deus vivo naquele jardim,

há vestes novas no sangue do Cordeiro,

sim, veredas de arrependimento e

singeleza dos que se encantam

ante o (único) AMOR que te livra dos

teus desejos e te despertam à VIDA

que não pode ser acorrentada pelo

desígnio deste mundo vil.

O sol da Justiça que nasce em meio à total escuridão!

Observa, moleque...

O abraço do Pai!

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 11/02/2024
Reeditado em 12/02/2024
Código do texto: T7996881
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