PÁSSARO DE FOGO
dormirei delírios em tuas cavidades latejantes
sem nenhuma escritura que aponte pecados
sentirei nas tuas entranhas fêmeas certezas de entrega e amor
e quando o luar espelhar o ritual do meu desejo assinalado em teu nome
conquistarei o único império que me compele à luta: teu amor
fumegando taras no meu sexo feroz
porque de toda a carne insubmissa o que chama por sua vinda
é a alma tão viajante por universos selvagens
encontrada na sua cumplicidade e segurança
e se no deserto mais escuro anjos estranhos cravarem chamas ao redor
a visão da saudade tua abrirá castelos onde apenas o desencanto havia
e por ti sentirei perfumes do teu gozo de amante para que a sede saciada
vire pássaro de fogo do grito de deleite que te chamarei tão minha