Que fizeste?

Que segredo há na voz que revelas

Que penetra meus poros e ouvidos

E suspende meu corpo com calma

Mesmo quando dormindo?

Que fizeste em meus olhos tão pobres

Que ao fecha-los mantenho a visão

De teu riso, teu rosto, tua fala,

E teus pés sobre o chão?

Que fizeste - repito em silêncio -

Que tiraste da vida a razão

De dormir, ou acordar, ou viver

Sem poder senti-la em minhas mãos?