Desobediência
despertei do quarto de entulhos do sonho
rodeado pelas caveiras que você presenteou ao nosso amor
agradecido ao sexo que você entrega na caixa dos gritos depravados
que servem à contabilidade dos fantasmas bancários,
como eu me disponho ao seu prazer descomunal de amazona tecendo a teia das facadas alucinógenas
é hora das novidades reveladas na invasão dos pastores esfomeados
quando as praças amontoam a publicidade infrutífera do que levou as estátuas a marcarem feitos que mudaram a vida de ninguém
e as avenidas justificam o batismo abrindo passagem à voracidade do meu prazer convocando seu corpo de amante bandida
tão secreto na fúria
que nunca me abstenho de calar sua voz com o fruto da masculinidade declarada
quando o aroma das nossas loucuras acumuladas
servem de ração aos falcões que pagam o cio
com as peças roubadas dos garimpos piratas
porque não mais aceitaremos amanhãs impostos pela moral falida dos financistas religiosos
e faremos nossas leis nos cassinos clandestinos e nas loterias persas
sem outro objetivo além de gastar as fortunas surrupiadas aos ladrões de cofres públicos
sem outra vontade que não esgotar saúde e lucidez nas fórmulas de coito inventadas para desobediência completa dos padrões escolares
quando apenas cobrir você de flor amanhece beira-mares
e as motocicletas brilham o caminho a seguir
descontrolada a balança dos pesares