Coração de nanquim

Quando ando sozinha

No labirinto de vielas,

Me sinto transportada

Dessa cálida necrópole

Até cair, suave, no conforto

Do teu colo, que absorve

Minha melancolia, enchendo

De vivas e floridas cores

O coração de nanquim que,

Aos trancos, carrego no peito.

Ao me abrigar sob a morada

Do teu amor, sinto no teu olhar

Toda a força angelical a alumiar

As sombras que habitam

Em meu coração de nanquim,

Que agora bate alegremente

Ao ver as cores vivas do teu ser

A livrar dessa angústia de apenas

Tropeçar sofregamente rumo

Às cinzas do carvão já consumido

Da outrora bem-vinda solidão.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 07/09/2023
Código do texto: T7880412
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.